quinta-feira, 28 de julho de 2011

Como nao gosto de ver isto sem actividade ai vai mais um poemeto

Luz

Repetidamente,
Os olhos se me afundam
Na cinza das manhãs
Que foram alvoradas
De noites vazias;

A boca?Ah! a boca,
Que foi de romã,
Cerejas maduras,
De sedas,
de sangue,
a semear nos homens,
a urgência do beijo...
Que é dela??
E, sobre os ombros, frágeis,
Estende-se uma luz,
Que esmaece
E definha.

E tu,
Meu poeta,
De noites brancas , insones,
Acenas de longe
E dizes, ciciadas,
Palavras de amor.
Onde sou princesa.
Onde sou rainha.
E os poemas que fiz antes,
Já não têm valor...
Lancei-os , a esmo,
Ao vento, ao azul,
Quiçá na esperança,
Que um dia os lesses.

Hoje,
É para ti, que escrevo.

Apenas para ti!
A adivinhar-te os olhos,
Tranquilos ,serenos,
A sorrir, a sorrir..
Porque afinal tu és tudo isso:
O sorriso-bondade,
A leveza da seda,
O canto de um pássaro,
Um aroma a sândalo,
Rico, caríssimo,
no tracejado de um corpo,
rarefeito nos longes
da distancia física.

E então, concluo
que,
se precisa das sombras,
para bem definir
o brilho,
da luz.

30/06/2011

Clarice Silvestre

Nenhum comentário: