Há estevas e giestas por todo o lado
E cada monte , florido ,é um canteiro,
Pelos campos, em cada rosto, debruçado,
Há suor escorrendo. O sol é um braseiro!
A brisa suave, dum modo enamorado,
Roça-me a pele do corpo trigueiro,
Alvorecer dum sonho inacabado,
Desponta Maio no viço de um ulmeiro..
E eu, tão romântica sinto-me presa,
Desta maravilha, fecunda beleza,
Fragrâncias mil, profusão de cores…
No cabelo preto ponho uma papoila,
Deixo de ser eu. Sou uma moçoila,
Com o coração a palpitar d’amores!!!
Eulália Gonçalves
quinta-feira, 26 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Um convite as meninas do meu tempo...
Ponha-se de lado o comando da TV, o romance que andamos a ler e nos empolga,esqueçamos o dossier que eventualmente temos de estudar; Pouse-se o tricot, o crochet o ,jornal Diario ou a revista cor-de-rosa; Deixemos o ginásio ,a cozinha,os filhos, os netos , o marido ou companheiro ; o amigo ou amiga que nos espera para o café; a prima ou a sogra a quem ficamos de telefonar. O cão que esta na hora de ir à rua,a novela ,o cinema, o cabeleireiro, a roupa , a encomenda dos CTT para levantar,as compras para fazer.
O facebook, o blog ,o correio electrionico. Paremos tudo.
Esta na hora de nos juntarmos nesta Cerca,alegres e descontraídas, naturalmente coradas e felizes ,quiçá a jogar à macaca, à cabra-cega ou à “Minha mãe dá licença”.A rir alto dos nossos pequenos nadas,a cochichar segredos,a partilhar sonhos!
De novo.Como se o tempo parasse.Ou pura e simplesmente ,como se conseguíssemos anular estes anos que nos vincou o rosto e a alma, nos fez seguir na direcção dos 4 pontos cardeais,na busca incessante da felicidade, na procura justa do bem-estar, para nós e para os nossos.
Va lá!! Porque nós até sabemos que“ o sonho comanda a vida”
,Deixemo-lo então tomar as rédeas por uns segundos, que seja e voltemos a ser meninas,felizes e despreocupadas.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Um poema de Florbela Espanca, simples e muito bonito
Eu q’ria ser camponesa;
Ir esperar-te à tardinha
Quando é doce a Natureza
No silêncio da devesa,
E só voltar à noitinha…
Levar o cântaro à fonte
Deixá-lo devagarinho,
E correndo pela ponte
Que fica detrás do monte
Ir encontrar-te sozinho…
E depois quando o luar
Andasse pelas estradas,
D’olhos cheios do teu olhar
Eu voltaria a sonhar,
P’los caminhos de mãos dadas.
E depois se toda a gente
Perguntasse: “Que encarnada,
Rapariga! Estás doente?”
Eu diria: “É do poente,
Que assim me fez encarnada!”
E fitando ao longe a ponte,
Com meu olhar cheio do teu,
Diria a sorrir pro monte:
“O cant’ro ficou na fonte
Mas os beijos trouxe-os eu…
Florbela Espanca - Trocando olhares
Ir esperar-te à tardinha
Quando é doce a Natureza
No silêncio da devesa,
E só voltar à noitinha…
Levar o cântaro à fonte
Deixá-lo devagarinho,
E correndo pela ponte
Que fica detrás do monte
Ir encontrar-te sozinho…
E depois quando o luar
Andasse pelas estradas,
D’olhos cheios do teu olhar
Eu voltaria a sonhar,
P’los caminhos de mãos dadas.
E depois se toda a gente
Perguntasse: “Que encarnada,
Rapariga! Estás doente?”
Eu diria: “É do poente,
Que assim me fez encarnada!”
E fitando ao longe a ponte,
Com meu olhar cheio do teu,
Diria a sorrir pro monte:
“O cant’ro ficou na fonte
Mas os beijos trouxe-os eu…
Florbela Espanca - Trocando olhares
sábado, 14 de maio de 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
E ja agora..para a minha aldeia preferida
A Soeira
Horas serenas de bendita solidão
Entre urzes e tojos , tão só como o levita
Onde sinto que a humildade no silencio grita
E a minha volta tudo é meu irmão.
Irmã me sinto de rochas e pedrinhas
De altos negrilhos, da agua das nascentes
Do céu, da lua, das estrelas cadentes
Estevas resinosas, urzes rasteirinhas.
Encontrei aqui a paz desejada
Para a minha alma pobre atribulada
Ah quietude e sede como isto é belo
Vento que passas passa de mansinho
Quero destes cerros fazer um pergaminho
Com a santa palavra do grande “Poverello”.
Soeira,1968
Eulália Gonçalves
Horas serenas de bendita solidão
Entre urzes e tojos , tão só como o levita
Onde sinto que a humildade no silencio grita
E a minha volta tudo é meu irmão.
Irmã me sinto de rochas e pedrinhas
De altos negrilhos, da agua das nascentes
Do céu, da lua, das estrelas cadentes
Estevas resinosas, urzes rasteirinhas.
Encontrei aqui a paz desejada
Para a minha alma pobre atribulada
Ah quietude e sede como isto é belo
Vento que passas passa de mansinho
Quero destes cerros fazer um pergaminho
Com a santa palavra do grande “Poverello”.
Soeira,1968
Eulália Gonçalves
Eu e Joan Baez
Gesto lindo HB,gesto lindo..Bem, efectivamente nao é tanto Joan Baez. A minha filha que é uma melómana certificada,ofereceu-me recentemente(no Dia da Mae, pronto)uma versao lindissima desta cançao cantada çpor Elis Regina.Esta versao,e aviso que tenho um ouvido durrisimo,tem um instrumental fora de serie mas a voz da minha Joan ja nao é a mesma. A que esta no meu Blog é a versao que eu tenhoca em casa e onde a voz dela estava em toda a plenitude.Espero , no entanto, que muita senhora que por aí anda a encher-se de botox , atente na maneira lindissima como esta mulher envelhece e se adapta à cada fase da vida
Adorei o presente. Melhor, eu adoro o presente.
um beijo
E.G.
(nao consegui introduzir comentario..)
Adorei o presente. Melhor, eu adoro o presente.
um beijo
E.G.
(nao consegui introduzir comentario..)
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Reencontro
Encontrámo-nos
Na soma aglutinadora
Dos dias,
Como quem dobra
Antecipadamente
As esquinas do porvir.
Um fervor de preces
No fender dos olhos
À luz incorpórea
Da manhã branca.
Sem nada saber
Dos intangíveis mistérios
Ou do nome das flores
que cresciam nos nossos
íntimos prados.
Apenas na ânsia indizível da alegria.
A alma rendida
O coração liberto…
Eulália Gonçalves
Porto 10/05/2011
Na soma aglutinadora
Dos dias,
Como quem dobra
Antecipadamente
As esquinas do porvir.
Um fervor de preces
No fender dos olhos
À luz incorpórea
Da manhã branca.
Sem nada saber
Dos intangíveis mistérios
Ou do nome das flores
que cresciam nos nossos
íntimos prados.
Apenas na ânsia indizível da alegria.
A alma rendida
O coração liberto…
Eulália Gonçalves
Porto 10/05/2011
domingo, 8 de maio de 2011
2º Encontro AAALB em Bragança dia 7 de Maio ...
( 25º Encontro dos Antigos Alunos do Liceu de Bragança)
Uma pequena amostra do que foi , ontem , o Encontro entre AAs
quarta-feira, 4 de maio de 2011
segunda-feira, 2 de maio de 2011
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