A Soeira
Horas serenas de bendita solidão
Entre urzes e tojos , tão só como o levita
Onde sinto que a humildade no silencio grita
E a minha volta tudo é meu irmão.
Irmã me sinto de rochas e pedrinhas
De altos negrilhos, da agua das nascentes
Do céu, da lua, das estrelas cadentes
Estevas resinosas, urzes rasteirinhas.
Encontrei aqui a paz desejada
Para a minha alma pobre atribulada
Ah quietude e sede como isto é belo
Vento que passas passa de mansinho
Quero destes cerros fazer um pergaminho
Com a santa palavra do grande “Poverello”.
Soeira,1968
Eulália Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário